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A Comunicação na Organização Multigeracional

Flavio Lima


Independente do tamanho da sua organização, comunicar é essencial. E comunicar bem contribuirá com o aumento da probabilidade de sucesso e com a rapidez para se alcançar a excelência.


Comunicar vem do latim communicare. Tornar comum, compartilhar. E implica emissão e recebimento de informações. Indo além, pode-se dizer que é uma troca intencional. Trocamos e compartilhamos informações que queremos e com uma intenção acessória.


O comunicar bem passa por fazer esse compartilhamento o mais eficaz e eficiente possível e alguns aspectos como o saber o quê, porque, quem comunica e a quem comunicar, onde se dará a comunicação, e quando. E para fins práticos o como e quais canais usar para comunicar e o quanto custará fazê-lo. É praticamente um 5W 2H* aplicado ao tema.


E como o tema invade desde as comunicações um a um, os e-mails ou as reuniões formais e informais que ocorrem em todos os ambientes todos os dias com praticamente todas as pessoas, podemos inferir o potencial explosivo que uma má comunicação pode provocar em todos os níveis da organização. E o potencial positivo de criação do comunicar bem - comunicar bem no ambiente da organização aumentará a produtividade, acelerará a resolução de problemas, fará projetos serem bem executados e criará mais inovação.


Dentre este conjunto de aspectos, frequentemente o quem comunica e a quem comunicar é negligenciado. Não esquecido, mas tomado com certo desleixo principalmente no que diz respeito às diferenças sobre o que um comunicar bem significa para as diferentes gerações que provavelmente trabalharão juntas em sua empresa.


A questão multigeracional é tomada com muito zelo quando se fala de diferentes anseios e aspirações de cada geração – posição que eu pessoalmente discordo e adiante explico – mas é tomada de forma negligenciada quando tratamos de como comunicar bem.


Se os adeptos da ideia de anseios diferentes para baby boomers (nascidos entre 1946 e 1964), geração X (de 1965 à 1980), Millenials (de 1981 à 1996) e geração Z (de 1996 até agora) tivessem o mesmo zelo pelo comunicar bem, talvez estivéssemos agora aproveitando melhor as potencialidades de todos nas organizações.


E o que significaria o comunicar bem nesta realidade multigeracional? Em minha opinião tem pouco a ver com os canais, ou com as necessidades de feedback, ou com valores diferentes no ambiente de trabalho.


Explico começando com a afirmação que para se comunicar bem devemos abandonar a visão rasa de que existe alguma outra distinção que não a temporal para diferenciar as gerações dos seus baby boomers, Xs, Millenials e Zs em relação à comunicação em uma organização.


Continuo com o chamado de atenção para o aumento da longevidade a cada ano e que invalida concretamente a distinção de canais preferenciais por geração. Diz-se que os baby boomers preferem o telefone aos aplicativos de mensagem. E isso não é verdade e basta olhar para o lado para ver os dedos (alguns trêmulos) de qualquer idade enviando emojis a torto e a direito no WhatsApp e similares.


Outra inverdade é a distinção baseada em necessidade de feedback que diz que os Millenials e Zs precisam de feedback constante e as gerações anteriores não. Todos nós precisamos do feedback bem apoiado e executado para fazer melhor.


E finalizo com a realidade que nos impõe que diferenciar as gerações dizendo que possuem valores diametralmente opostos no ambiente de trabalho e que isso diferencia o comunicar bem é uma falácia. Principalmente em um país como o nosso em que a luta pela sobrevivência diária é a preocupação número 1, não faz sentido dizer que baby boomers e Xs querem estabilidade e segurança enquanto Millenials e Zs querem ver primeiro os propósitos e a missão de cada organização para avaliar se elas se casarão com os seus valores pessoais. Ao final do dia e independente da geração queremos segurança, estabilidade e que nossos valores pessoais não estejam sendo contrariados por uma organização com propósitos nefastos.


Então, sob o meu ponto de vista, o comunicar bem nesta realidade intergeracional é uma estratégia que pede 5 pontos de ação interrelacionados.


O primeiro é ter respeito acima de tudo em toda e qualquer ação de comunicação visando aproveitar a experiência das gerações anteriores e a vivência da geração atual. Experimentar é diferente de vivenciar e aqui o tempo faz a diferença, mas ambos são parte do cenário do comunicar bem.


Em segundo vem a necessidade de combinar todos as formas existentes e disponíveis de comunicação na organização. Usar comunicação verbal e escrita de forma tradicional ou digital é habilitar todos a se comunicar de todas as maneiras. É o comunicar bem concreto.


O terceiro e o quarto pontos devem ser vistos em proximidade. A comunicação deve ser canal de encorajamento para o aprendizado compartilhado entre todos e também como o canal de encorajamento para o convívio e relacionamento na organização.


E finalmente, o quinto ponto de ação da estratégia para o comunicar bem é propor para todos que participem da criação de um ambiente de trabalho digital. De forma gradual e em um balanço delicado para atrair os que tem menos acesso e familiaridade com a tecnologia digital e manter o engajamento daqueles que vivenciam o digital desde sempre. Usar ferramentas que habilitem as mensagens em tempo real com possibilidade de envio e recebimento de vídeos, textos e imagens. Ferramentas que não exijam acesso individual, mas um único acesso para todas. Ferramentas integradas de tradução, que possuam um repositório de documentos de acesso facilitado, com chatbots e dashboards integrados e de fácil configuração vai ajudar a todos participarem do comunicar bem.



*5W2H – ferramenta para análise, conhecimento e preparação de planos de ação. What, Why, Who, Where, When, How e How Much.

Imagem de rawpixel.com no Freepik - https://t.ly/_6_p

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